terça-feira, 19 de outubro de 2010

Todos mudam o tempo todo...


Imagine que aquele amigo ou amiga com quem você mantém contato com frequência se envolva num novo trabalho, ou case, quem sabe tenha um filho, ou mesmo mude de cidade. São muitos os empecilhos e mudanças da vida que acabam nos afastando de algumas amizades. Por falta de tempo ou sei lá, vocês passam a se falar raramente, quase nunca, e o tempo vai passando, passando, podem ser 6 meses, 1 ano... mais que isso.


A dúvida: no dia do ‘reencontro’ você crê que ainda serão as mesmas pessoas?


Durante a convivência e contato assíduo vocês pareciam se conhecer mais do que os próprios genitores de cada um. Os gostos musicais, cinematográficos, o modo de ver e encarar a vida, os defeitos e virtudes... nada disso é segredo para seu amigo, ele sabe quase tudo, às vezes sabe mais de você do que você mesmo. E claro, você sabe o mesmo em relação a ele.


Como isso aconteceu? Foi um período de convívio intenso, que o fez conhecer quem você realmente é, e vice-versa. E ele acompanhou mudanças na sua forma de pensar durante esse período, por isso se você não pensa hoje como pensava ontem ele ainda te reconhece. Ele sabe que é você. Mesmo que você esteja mudando, sempre.


Mas e quando vocês se afastam? Os dois continuarão mudando, sem dúvida.


Há um comercial da Renault que acerta em cheio nisso, abordando como todos nós vivemos mudando de opinião e de pontos de vista. Nem sempre são mudanças radicais, mas quem as impedirão de ser também? Para quem não lembra é só clicar aqui.


Depois de 6 meses, inserido em outro universo, convivendo com outras pessoas, lendo novos livros, você pode não ser mais a pessoa que você era, assim como seu amigo, quase certamente, não será. E agora? Perdemos nossa identidade? De jeito nenhum. Ninguém perde a essência.


Esforçamo-nos para mudar e melhorar em determinados pontos, em outras mudamos sem perceber, mas algumas características são inerentes a nossa ‘pessoa’, é nossa marca, é seu e ninguém tasca. Você pode ver o mundo de outra forma, mudar de candidato político, mudar o guarda-roupa, torcer para outro time, mudar de prato predileto, perder algumas manias, adquirir outras, e ainda assim será você.


Em um dos monólogos da peça teatral ‘Confissões das mulheres de 30’, uma das atrizes coloca a plateia de cara com uma situação (e opinião) bem ‘familiar’ entre muitas que hoje são mães. Primeiro, ela defende que sempre foi contra aquelas mães que levam seus filhos pequeninos ao maternal e ficam emitindo aqueles sons e ruídos que só os bebês para entenderem. Declara ávida e categórica o absurdo (ou algo próximo do) que isso pode representar para o desenvolvimento mental do bebê além do papel de boba que fazem na frente de todo mundo. Anos depois, ela mesma, com seu próprio filhinho, descreve a mais sublime emoção, de fazer qualquer mãe babaaaaaaar, ao ver o filhote com menos de 1 ano dando tchauzinho, batendo palminha, começando a andar antes da época normal, etc, etc... “É um gênio”, descreve.


É, a gente muda muito.


Por isso eu sei que talvez não seja tão simples ‘reconhecer’ a pessoa que conhecemos naquela pessoa com novas nuances que acabamos de reencontrar, isso pode exigir ternura e paciência da parte dos dois, pois é fato, tudo muda, o tempo todo... como já dizia Lulu Santos.


Na verdade estou aqui filosofando sobre algo que acontece na nossa vida o tempo todo: o distanciamento contra a nossa vontade daqueles que amamos e as consequências disso nas nossas vidas.


Mesmo assim sei, porque creio nas amizades, que tantas mudanças não mudam nada, afinal, um amigo verdadeiro sabe nos reconhecer, sempre.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O doce da vida

Bombons, cupcakes, brownies, docinhos de festa, cookies, bem-casados, bolos, quem consegue resistir a essas delícias gastronômicas? O ramo alimentício, e mais especificamente, de docerias e confeitos é um prato cheio de boas oportunidades para quem decide empreender nesta área. É o caso da psicóloga Ana Carolina Cavalcante Duarte, de 30 anos. Desapontada com o rumo de sua vida profissional e preocupada com o futuro, a carioca decidiu mergulhar de cabeça num amor do passado: os doces finos. “Eu queria ser psicóloga clínica, mas isso demandava muito dinheiro. Não estava fácil, um dia, em maio de 2009, eu precisava ir à minha sessão de análise e tinha o dinheiro para pagar a sessão, mas não para ir ao local. Chorei muito e liguei para minha analista, que disse para eu ir e tirar do montante da sessão um pouco para conseguir chegar lá, mas eu resolvi fazer diferente: peguei um pouco mais e fiz bombons para vender perto de casa, assim começou minha história com ‘A Doçaria’”, conta Carol (como prefere ser chamada), que desde os 12 anos já preparava os bolos de aniversário e as sobremesas das festas da família, mas nunca havia dado atenção para esse dom.

Ousadia e irreverência para atrair os clientes

A ideia de vender bombons caseiros deu certo, e aos poucos Ana Carolina incluiu novos produtos em sua linha de atendimento. “Comecei a bolar receitas, a inovar. Expandi minha linha de produtos com brownies, cupcakes, bem-casados, docinhos... Hoje tenho como foco eventos como casamentos, festas de 15 anos e uma linha de presentes”, esclareceorgulhosa. A mestrada em Teoria Psicanalítica na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) prepara todas as encomendas em casa, com a ajuda da mãe, e sua irreverência na divulgação dos produtos que vende tem tido sucesso entre os clientes, um sinal de que os negócios devem prosperar. “A ação de marketing que privilegio até hoje são os e-mails que envio e fotos bem tiradas. Faço questão de ser bem humorada e de o texto ultrapassar só a venda de doces. Muitos dizem que gostam de receber meus ‘spams’ só pra se divertir. Isso é ótimo! Atraio a atenção, crio a demanda do contato, quebro o gelo da venda, fujo do lugar-comum. Se você pode fazer diferente por que fazer igual? Ouse, seja criativo!”, aconselha.

Apresento-lhes: Carol!

Ainda nos primeiros passos, a doceira de ascendência portuguesa e cearense, como faz questão lembrar em referência às delícias que a rodearam desde cedo, já observa o crescimento de seu negócio. “Meu investimento inicial foi de R$40,00. Tive como retorno o dobro. Reinvesti. Na primeira encomenda de casamento, pude investir mais forte em artefatos para confecção dos chocolates”, esclareceu. Ana Carolina é um exemplo de que é possível sim iniciar um empreendimento com uma quantia baixa, sem onerar seu orçamento, e crescer aos poucos. “No início meu rendimento mensal era de R$500,00/mês só com os chocolates vendidos pelas redondezas. Hoje forneço brownies semanalmente para dois cafés (um na Tijuca e um no Leblon) e para um restaurante no Centro da cidade, além de ter, pelo menos, 3 festas por mês, com um rendimento mensal de R$1.500,00. E quero mais!”, frisa.

Além de possuir um site, Ana Carolina também ‘conversa’ com seus clientes através de um blog, onde dá informações sobre os lançamentos sazonais. “Nas produções sazonais meu lucro dobra! No Natal passado criei uma linha de presentes (brownies de colher na caneca) e uma linha de panetones, foi muito bom. Conquistei vários clientes que fizeram encomendas para a Páscoa, que ao que tudo indica, será ótima também”, destaca.

Cake Designer – Conceito e sofisticação na sua festa

Não foi à toa que a brasiliense Paula Porto, de 34 anos, se encantou pelo trabalho de modelagem com pasta de açúcar. Em 2006, a administradora de empresas habilitada em Comércio Exterior decidiu transformar em ofício seu ‘hobby’. “Sempre adorei fazer bolos, doces e criar sobremesas diferentes para minha família e amigos. Como todos adoravam minhas receitas, decidi me aperfeiçoar. Fiz vários cursos, de confeitagem artística, de confeiteiro, de salgadeiro, entre outros, e me apaixonei pela modelagem com pasta de açúcar”, conta a confeiteira que tem como meta abrir uma loja ainda este ano e também começar a ministrar aulas de modelagem de bolos nos níveis básico, médio e avançado.


Paula tem o dom de transformar doces e bolos no que você quiser!

A história de Paula também é de uma mulher arrojada que decidiu investir num sonho: o dela e o de outras pessoas. “O carro-chefe da minha empresa é o bolo artístico, pois as pessoas têm a oportunidade de personalizar e montar o seu bolo conforme a imaginação”, explica. Como sua produção e atendimentos são em casa, Paula adotou um sistema inteligente e bem-sucedido para divulgar seu trabalho. Como Carol Duarte, ela usa a Internet. “Para apresentar os produtos e atrair novos clientes, criei um site. Lá eu disponibilizo fotos dos produtos e mantenho essas galerias de fotos atualizadas semanalmente. O site foi preparado para ter boa classificação nas ferramentas de busca. Além disso, o endereço dele foi cadastrado em alguns sites específicos para anúncios de profissionais de festas e casamentos. Com isso recebo dezenas de e-mails e telefonemas por dia, e meu site atualmente recebe uma média diária de 100 visitas, sendo a maioria de Brasília, no Distrito Federal”, comenta Paula.

Para quem se interessa pela área de cake designer, Paula, que já trabalha com isso há mais de 4 anos, avisa que “a pessoa precisa se dedicar e conhecer bem seus produtos e técnicas”, frisa que existem muitos cursos técnicos de confeitaria que podem facilitar o trabalho e indica os livros ‘Técnicas de Confeitaria Profissional’, da Editora Senac, e ‘Confeitaria - 70 Receitas Ilustradas Passo a Passo’, da Editora Larousse.

Investimento em equipamentos e capital de giro

“Para começar, a empreendedora precisa adquirir uma batedeira profissional, um processador, um fogão com forno de qualidade, uma geladeira, uma bancada de mármore e utensílios para manipulação e modelagem de bolo. No ato da encomenda, o cliente deposita metade do valor e isso possibilita que eu compre o material necessário para a demanda”, enfatiza sobre uma maneira de captar recursos para investir no próprio pedido. Agora, só resta você decidir o que falta para adoçar a sua vida! Boa sorte e bom apetite!

Reportagem produzida por mim em março de 2010

É amor ou amizade?

Uma amiga mais que uma irmã!

Até os 26 anos, colecionei algumas amigas (e raros amigos) verdadeiras que representam parte essencial da minha vida. Aos 16 era possível vê-las todo dia (ou quase) e contar em detalhes cada capítulo de vida. Nessa época tudo girava em torno de garotos e escola. Aos 20 e poucos o contato era mais restrito, com uma eu encontrava no ônibus antes de ir trabalhar, aproveitando cada minuto dos chacoalhões ao subir a estrada Henrique Eroles a caminho de Mogi das Cruzes para participá-la de todos os acontecimentos do dia anterior. Na faculdade, outra amiga, uma das mais sábias que já tive, me ajudava a amadurecer emocionalmente. (Pelamooor, que ninguém fique com ciúmeees!!!)

Distanciei-me de algumas ao parar de trabalhar nas 2 unidades do CNA Mogi, antes, deixei algumas de SP ao ir morar em Guararema. Olho para trás e minha grata constatação é que, acima da distância, do tempo, do espaço heheh a maioria permaneceu na minha vida. Sim, infelizmente com algumas eu mantenho um contato beeeem limitado.

Que caixinha de surpresas é a vida, não?! Ao voltar para São Paulo, pensei em resgatar as amigas daqui, mas agora elas é que se foram para outras cidades...

No final, todas elas são o meu número. Em geral, uma totalmente diferente da outra, mas perfeitamente compatíveis comigo... como minha história com o Fabricio: tão diferentes, tão perfeitos um para o outro.

Recentemente tive a notícia que uma das minhas amigas mais próximas no momento irá se mudar para o interior. Um interior distante demais da minha casa. Demais.

Deu uma vontade de chorar, mas hesitei. Doeu mais na hora de contar para o Fabricio. Pronunciar o veredicto de distanciamento foi pior do que apenas estar ciente dele. Chorei. De soluçar.

Amizades verdadeiras não se planejam. Simplesmente, quando nos damos conta, já aconteceram. E por isso mesmo, nunca se sabe quando novas surgirão.

Meu lado egoísta quer que ela fique perto de mim, mas meu amor por ela me impele a apoiar todos os passos que forem bons para a construção de um caminho de sucesso.

Creio que posso responder agora: É amor e amizade.