terça-feira, 20 de setembro de 2011

Obrigada, mamãe

Ninguém é tão altruísta quanto ela. Ela nunca vai cobrar por um conselho, também não pedirá permissão para dar uma bronca. Ela pode irritar de vez em quando, mas é bem provável que as atitudes que irritam sejam as mesmas que farão tão bem num outro dia qualquer. Se você deixar de morar com ela, é provável que o convívio de vocês fique ainda melhor, e que você consiga enxergá-la melhor também. Ela veio na minha casa no último final de semana. Veio para um jantar de família e aqui dormiu, pois não enxerga bem para dirigir à noite. Deu-me conselhos conjugais, perguntou como andam as coisas em todas as esferas da vida, contamos a vida dos últimos tempos uma para a outra. De repente, mais uma vez, eu percebi que ela é fundamental daquele jeito que a gente quase não percebe na correria do dia a dia. Somente na casa dela eu posso aparecer doente sem avisar e só com a roupa do corpo, ter uma cama para dormir, um pratinho na mesa para mim, um banho quente para tomar... Só na casa dela eu posso entrar e conferir tudo de gostoso que há na geladeira e nos armários, mesmo que eu nem esteja com fome. Só ela se preocupa em fazer vagem refogada com ovos mexidos pra mim quando eu a visito. Só ela me aconselha com base em sua própria vida, ensinando o que fazer e o que não fazer (provavelmente com lembranças de um erro já cometido no passado). Só ela tem a preocupação extrema de me ver feliz, de ver meu casamento sólido. Só ela me fala para soltar de sua mão e pegar na do meu marido para que ele se sinta amado. Sem o meu pai, só ela me restou. Só na casa dela tenho meu segundo lar, só com ela posso contar em qualquer momento, só ela será justa e verdadeira sempre. Espero que Deus me permita tê-la por todos os anos da minha vida.