domingo, 29 de julho de 2007

Desejo Impraticável

Existem situações impossíveis de se entender mesmo. A mim, falta maturidade, ou apenas paciência. Você gosta de dirigir? Pois bem, eu também. Aqui em casa, quando o assunto é o uso dos carros as resoluções são nazi-fascistas e irrevogáveis, sem qualquer direito a apelação. Temos 3 carros. Um Gol 96, último dos modelos quadradões, sabe qual é? Esse mesmo. Um Palio 97 e um Pólo Classic 99.
Para ser bem honesta, nunca me interessei muito por carros. Devo confessar, são meios de locomoção mais confortáveis que ônibus e trens, mas não me atraem de forma especial como costumam fazer aos homens.
Eu gosto de carros pela sensação de liberdade e independência que eles nos conferem. Posso ir aonde quiser, sem passar por lugares aonde não preciso ir, irei sem a companhia de pessoas desconhecidas, e, é claro, não ficarei amarrotada dentro de um carro. Meu pai costuma ir trabalhar com o Gol, vez por outra leva minha mãe em algum lugar com o Palio, e com regularidade quase nula viaja com o Pólo. Minha mãe sai mais ou menos 1 vez por ano com o Palio. E minha irmã de 19 ainda não dirige. Ou seja, o que me impediria de dirigir um dos carros que enfeitam minha garagem aqui em casa? A manutenção?
Sim, concordo, abastecimento e manutenção devem ser por minha conta. Ocorre que o acontece não se parece em nada com um sistema de concessões com limitações. Tenho 23 anos, bebo 1 ou 2 vezes por ano, não fumo, não tenho amigos traficantes ou usuários de drogas (não q eu saiba, portanto até aqui estou limpa), desde que tirei carta de habilitação não arranhei nem uma ínfima polegada de nenhum carro que dirigi, e mesmo assim é fato que minha mãe, ser onipotente e onisciente em casa não quer ser nem questionada a respeito de alguém, além de meu pai, dirigir os carros da família — carros dela.
Pergunto-me o que há de errado com meu comportamento, já que não transmito a ela a mínima confiança para que me permita usufruir de algo tão simples, e que é essencial em nosso dia-a-dia...o que? O carro? Também. Mas me refiro ao prazer —para mim, quase surreal e transcendental— de aprender a ser ágil e a dirigir habilmente através da prática constante. Desculpe a sinceridade e aparente autoconfiança excessiva, mas não dirijo mal, e conheço pessoas que dirigem muuuito mal, são um perigo constante e têm essa chance.
Talvez a terapia me ajude a entender porque é tão difícil conquistar a confiança dela e porque dirigir é algo tão burocrático e tenso por aqui. Os tempos mudaram, mas eles não se importam com isso. Observo como outros pais dão crédito a filhos que nem precisam viver num regime como este, e consequentemente não precisam provar tanto sobre si. Aliás, minto, não preciso provar nada, nada adiantaria.
Para mim, dirigir é algo simplesmente impraticável. Inevitavelmente, hoje estou mais para diário que para informativo.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Inicialmente...

Maduros escritores já fizeram comentários sobre a futilidade presente nos inesgotáveis blogs existentes. Como estudante de Jornalismo, meu maior desejo é escrever como esses magistrais e proficientes jornalistas, q fazem de um simples blog, um canal para transmitir críticas, dicas de leitura, entre outros comentários interessantes.
Muitos desses blogs tornam-se dignos de pesquisa e acesso diário para nós estudantes com tanto a conhecer, pois reservam muito mais do que apenas um retrato do cotidiano.

Adoraria destinar meu blog a discutir feiras literárias, processos contra parlamentares corruptos, motivos para o caos aéreo, conflitos civis na África, mas não...ainda. Por desconhecer tantas coisas e, neste momento, considerar meu conhecimento ainda limitado principalmente devido à falta de tempo para a leitura (desculpas não aceitas),— hábito indispensável para realização do meu sonho de profissão—, não me sinto apta a sugerir ou mesmo pronta para indicar leituras ou criticar ações de outrem. Por enquanto, desejo apenas explorar o descobrimento de novos saberes...quem sabe eloqüente algumas vezes, enquanto em outras, apenas discorrendo sobre as angústias do dia-a-dia moderno.
Obs. Quanto ao egocentrismo e narcisismo aparente no endereço do blog, gostaria de dizer que a proposta inicial seria algo como "nada de mais" ou "nada de menos"...o que não foi possível por já existirem esses registros...
Entre minhas principais qualidades não está a criatividade, mas confesso que escolher "nadademenosoudemais" ;-) é bem mais atraente para mim do que o inverso...