Existem situações impossíveis de se entender mesmo. A mim, falta maturidade, ou apenas paciência. Você gosta de dirigir? Pois bem, eu também. Aqui em casa, quando o assunto é o uso dos carros as resoluções são nazi-fascistas e irrevogáveis, sem qualquer direito a apelação. Temos 3 carros. Um Gol 96, último dos modelos quadradões, sabe qual é? Esse mesmo. Um Palio 97 e um Pólo Classic 99.
Para ser bem honesta, nunca me interessei muito por carros. Devo confessar, são meios de locomoção mais confortáveis que ônibus e trens, mas não me atraem de forma especial como costumam fazer aos homens.
Eu gosto de carros pela sensação de liberdade e independência que eles nos conferem. Posso ir aonde quiser, sem passar por lugares aonde não preciso ir, irei sem a companhia de pessoas desconhecidas, e, é claro, não ficarei amarrotada dentro de um carro. Meu pai costuma ir trabalhar com o Gol, vez por outra leva minha mãe em algum lugar com o Palio, e com regularidade quase nula viaja com o Pólo. Minha mãe sai mais ou menos 1 vez por ano com o Palio. E minha irmã de 19 ainda não dirige. Ou seja, o que me impediria de dirigir um dos carros que enfeitam minha garagem aqui em casa? A manutenção?
Sim, concordo, abastecimento e manutenção devem ser por minha conta. Ocorre que o acontece não se parece em nada com um sistema de concessões com limitações. Tenho 23 anos, bebo 1 ou 2 vezes por ano, não fumo, não tenho amigos traficantes ou usuários de drogas (não q eu saiba, portanto até aqui estou limpa), desde que tirei carta de habilitação não arranhei nem uma ínfima polegada de nenhum carro que dirigi, e mesmo assim é fato que minha mãe, ser onipotente e onisciente em casa não quer ser nem questionada a respeito de alguém, além de meu pai, dirigir os carros da família — carros dela.
Pergunto-me o que há de errado com meu comportamento, já que não transmito a ela a mínima confiança para que me permita usufruir de algo tão simples, e que é essencial em nosso dia-a-dia...o que? O carro? Também. Mas me refiro ao prazer —para mim, quase surreal e transcendental— de aprender a ser ágil e a dirigir habilmente através da prática constante. Desculpe a sinceridade e aparente autoconfiança excessiva, mas não dirijo mal, e conheço pessoas que dirigem muuuito mal, são um perigo constante e têm essa chance.
Talvez a terapia me ajude a entender porque é tão difícil conquistar a confiança dela e porque dirigir é algo tão burocrático e tenso por aqui. Os tempos mudaram, mas eles não se importam com isso. Observo como outros pais dão crédito a filhos que nem precisam viver num regime como este, e consequentemente não precisam provar tanto sobre si. Aliás, minto, não preciso provar nada, nada adiantaria.
Para mim, dirigir é algo simplesmente impraticável. Inevitavelmente, hoje estou mais para diário que para informativo.
Para ser bem honesta, nunca me interessei muito por carros. Devo confessar, são meios de locomoção mais confortáveis que ônibus e trens, mas não me atraem de forma especial como costumam fazer aos homens.
Eu gosto de carros pela sensação de liberdade e independência que eles nos conferem. Posso ir aonde quiser, sem passar por lugares aonde não preciso ir, irei sem a companhia de pessoas desconhecidas, e, é claro, não ficarei amarrotada dentro de um carro. Meu pai costuma ir trabalhar com o Gol, vez por outra leva minha mãe em algum lugar com o Palio, e com regularidade quase nula viaja com o Pólo. Minha mãe sai mais ou menos 1 vez por ano com o Palio. E minha irmã de 19 ainda não dirige. Ou seja, o que me impediria de dirigir um dos carros que enfeitam minha garagem aqui em casa? A manutenção?
Sim, concordo, abastecimento e manutenção devem ser por minha conta. Ocorre que o acontece não se parece em nada com um sistema de concessões com limitações. Tenho 23 anos, bebo 1 ou 2 vezes por ano, não fumo, não tenho amigos traficantes ou usuários de drogas (não q eu saiba, portanto até aqui estou limpa), desde que tirei carta de habilitação não arranhei nem uma ínfima polegada de nenhum carro que dirigi, e mesmo assim é fato que minha mãe, ser onipotente e onisciente em casa não quer ser nem questionada a respeito de alguém, além de meu pai, dirigir os carros da família — carros dela.
Pergunto-me o que há de errado com meu comportamento, já que não transmito a ela a mínima confiança para que me permita usufruir de algo tão simples, e que é essencial em nosso dia-a-dia...o que? O carro? Também. Mas me refiro ao prazer —para mim, quase surreal e transcendental— de aprender a ser ágil e a dirigir habilmente através da prática constante. Desculpe a sinceridade e aparente autoconfiança excessiva, mas não dirijo mal, e conheço pessoas que dirigem muuuito mal, são um perigo constante e têm essa chance.
Talvez a terapia me ajude a entender porque é tão difícil conquistar a confiança dela e porque dirigir é algo tão burocrático e tenso por aqui. Os tempos mudaram, mas eles não se importam com isso. Observo como outros pais dão crédito a filhos que nem precisam viver num regime como este, e consequentemente não precisam provar tanto sobre si. Aliás, minto, não preciso provar nada, nada adiantaria.
Para mim, dirigir é algo simplesmente impraticável. Inevitavelmente, hoje estou mais para diário que para informativo.
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